Conto a história que me une profundamente ao Carmelo e à Mãezinha, e que começa no momento em que fui fazer exames de rotina em 2018. Na mamografia apareceu um nódulo pequeno que, segundo a médica, não era um nódulo importante, e pedi que eu voltasse em 6 meses para repetir os exames e, caso fosse necessário, ela me encaminharia ao mastologista.
Meu filho, que faz residência de mastologia, olhou os exames e disse: “Mãe, não gostei das características do seu nódulo. Vou levar para o meu chefe e perguntar pela opinião dele”. Esperei e fui chamada para uma consulta; foi feito ultrassom das mamas e punção do nódulo.
Após 7 dias, recebi o resultado de que estava com um carcinoma maligno na mama esquerda. Saí de lá confusa, com guias para liberação de exames pré-operatórios e a cirurgia já marcada para dali a duas semanas. No dia seguinte, fui atrás dos exames. Estava triste e perdida. Saindo do local do meu convênio, pedi a Deus que me iluminasse e me desse forças. Entrei no carro, pensando em voltar para a casa, mas quando dei por mim, estava parada em frente ao Carmelo da Sagrada Família.
Fui recebida no locutório por Ir. M. Celina e expliquei o porquê de estar ali naquele momento. Foi então que ela me apresentou a Mãezinha e me contou as graças alcançadas pela sua intercessão. Sai de lá leve, confiante e decidida a pedir todos os dias pela sua intercessão. Também pedi a algumas pessoas que se unissem a mim nesta oração. Prometi a mim mesma que iria me entregar, não duvidar, e caso sentisse fraqueza, pediria mais orações.
Assim fiz. Liguei certa vez chorando para o Carmelo, pedindo mais orações e intercessão; nessa data, menos de uma hora depois, meu coração já havia se aquietado novamente.
No dia da minha cirurgia, fui para o hospital com o livro, a foto e a relíquia da Mãezinha em minha bolsa, pedindo o tempo todo que ela estivesse comigo. Fiquei muito calma, mesmo com meus dois acompanhantes, meu esposo e minha irmã, nervosos. Quando me deitei na maca, tive um susto! Na janela bem em frente, parecendo enorme sobre mim, havia a torre de uma igreja. Comentei na hora com a enfermeira, que me disse: “Você não vai conseguir ver, mas ao seu lado também tem outra Igreja”. Então, me senti acalentada e falei baixinho: “Mãezinha, é a senhora falando comigo e me acalmando, dizendo que tudo dará certo.”
Quando já estava na maca indo para o centro cirúrgico, falava no meu coração: “Mãezinha, não estou sozinha, a senhora está aqui comigo, a senhora há de estar na sala o tempo todo, há de iluminar os médicos e a minha cirurgia. Eu acredito, eu confio. A senhora sempre teve uma vida de doação, de humildade, de lutas: não, a sua missão não acabou, intercedei por mim!”.
Durante a cirurgia, um imprevisto ocorreu: a retirada de linfonodos da axila, que não estava prevista e só ocorreria se houvesse alguma alteração. Esses 19 linfonodos foram encontrados aumentados em tamanhos variados; além disso, na lâmina realizada pelo patologista na hora da cirurgia, foi encontrada uma célula atípica e, portanto, foi optado pela retirada deles. Já no quarto, fui preparada para a possibilidade de uma quimioterapia, que era quase certa. Fiquei abatida, mas me mantive confiante.
Em setembro, ansiosa com o resultado, ajoelhada em frente a um pequeno altar para a Mãezinha que fiz em minha casa, pedi em oração, chorando e suando, que ela me ajudasse a ter uma resposta urgente. Logo depois, o celular tocou e era meu filho me contando que o resultado dos linfonodos tinha saído e que nenhum estava contaminado, mesmo com aquela previsão após a cirurgia. Chorei muito de emoção e pela certeza de estar no colo de Mãezinha.
No retorno ao mastologista, ele me deu alta da cirurgia e me encaminhou ao oncologista, sem me dar certeza da necessidade de quimioterapia, mas me disse que os meus resultados eram animadores. Comentou comigo ainda que o próprio patologista havia revisado as lâminas mais de uma vez, pois aquilo não era comum, e tinha ligado para ele, falando de seu estranhamento. Ele não tinha dúvida do resultado, mas não compreendia como podia ter acontecido.
Um sábado antes de me consultar com a oncologista, fui até o Carmelo e enquanto rezava na capela, vi que chegou uma jovem grávida, junto de seu esposo e uma criança. A criança pedia para beber água e a jovem lhe disse: “Espera só um pouquinho, que eu vou fazer uma oração para agradecer”. Então, disse a ela: “Você está aqui porque você acredita e tem fé na Mãezinha”. E ela me confirmou que sim. Pedi: “Se você se lembrar de mim na segunda-feira, quando terei uma consulta muito importante, peça a Mãezinha por mim”. Ela me respondeu que ela e a família dela estariam em oração por mim, que tudo daria certo, que eu confiasse. E me contou que havia perdido um filho há um ano e agora estava grávida de novo, e vinha ali agradecer.
Na segunda-feira, fui à oncologista que me disse que preferia aguardar e conversar pessoalmente com o patologista para discutir em equipe o caso, já que não iria me submeter a uma quimioterapia com aquele resultado diferente da lâmina feita no momento da cirurgia.
Minha família resolveu me levar a buscar uma segunda opinião. Fui a São Paulo. Consultei com uma equipe médica e recebi a resposta de que não seria necessário realizar quimioterapia. Depois, recebi de minha médica daqui a confirmação, de que a quimioterapia não seria realmente necessária.
Agradeço à Mãezinha, por esta imensa graça!