O Carmelo surgiu com o movimento das Cruzadas. Muitos europeus, fascinados pela beleza e pela mística do Monte Carmelo, na Palestina, trocaram as honras do mundo pelo hábito religioso, e fizeram-se eremitas, inspirados na figura do profeta Elias. Ali, num local mais ou menos equidistante das várias ermidas, construíram uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora, de onde surgiu o título “Nossa Senhora do Monte Carmelo”.
Buscavam viver em obséquio de Jesus Cristo, servindo-O com todo o coração e com todas as forças, numa vida predominantemente contemplativa.
Com a perseguição dos sarracenos, foram obrigados a voltar para a Europa, onde, por sua pobreza e estilo de vida bem atípico, foram perseguidos, até mesmo em relação ao seu nome: “Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”. Ameaçados de extinção, sem nenhum apoio humano, o Superior Geral da Ordem, Simão Stock, rezava, pedindo o auxílio de Nossa Senhora, que lhe apareceu, prometendo-lhe proteção e dando como sinal de seu auxílio materno o escapulário. Realmente, as perseguições cessaram, a Ordem cresceu, adaptando-se às exigências de tempo e lugar, e no séc. surgiu o ramo feminino da Ordem.
No séc. XVI, dentro do movimento da Contra-Reforma, Teresa de Jesus, em Ávila – Espanha – reforma o primeiro Carmelo, buscando viver com mais autenticidade numa época de tantas perplexidades, desorientações e desvios. “Filha da Igreja”, como ela se gloriava em seu leito de morte, amou-a profundamente, e procurou simplesmente ser “amiga forte de Jesus”, e “viver com todas as forças o seu Evangelho”. Assim surgiu o Carmelo Descalço, reforma esta que se estendeu ao ramo masculino, com a ajuda de São João da Cruz